Nos últimos dias, tem aparecido por tudo quanto é blogue um texto de Santana Castilho, publicado no Público e intitulado A FALTA DE CLASSE, em que o conhecido e muito apreciado (em certos meios, direcção do SPGL incluída) comentador acusa Mário Nogueira de cedência aos "encantos da ministra": "Alçada derreteu o implacável Mário Nogueira que, em socorro da inexperiência da ministra..."
O secretário geral da Fenprof já respondeu e à letra, avivando a memória de S.C.
Com a devida vénia, do blogue http://topodacarreira.wordpress.com transcrevemos:
AFINAL, CRISTÃOS SOMOS TODOS…
Meu Caro Amigo Santana Castilho,
Confesso: gosto dos textos que escreve, pelo que fiz questão de adquirir o seu livro em que fala dos bonzos da estatística e de lhe dar um Abraço no dia em que o apresentou, apesar de desconfiar de alguns dos que, na ocasião, me faziam companhia no aplauso. Não das pessoas, claro, mas do ex-ministro e do ex-secretário de estado, respectivamente, David Justino e Abílio Morgado, governantes de má memória para os professores e as escolas (do tempo da confusão nos concursos, das cunhas nas colocações de professores, dos agrupamentos à força…). Decerto não o aplaudiram pelas mesmas razões por que eu o fiz, mas o certo é que alguma coisa fez com que aplaudissem… mas adiante, que isto são trocos…
Caro Amigo,
Vou confessar-lhe outra coisa (estou mesmo com uma veia cristã, caramba…), chego a invejar-lhe a sorte. Por um lado, ter acesso regular a um jornal de referência para poder dizer o que lhe vai na alma, isso é um bem que, nos tempos que correm, deve guardar-se como um tesouro; por outro, e é nisso que o invejo mais, por poder, nas colunas que preenche, falar em nome próprio sem ter a preocupação de representar uma organização que é feita de gente diversa e de tentar encontrar soluções para problemas que, sendo de outros, passam também a ser nossos quando os representamos. Em linguagem bélica, dir-se-ia que a diferença está entres sermos franco-atiradores ou estar integrado num pelotão de homens… cada um a seu jeito, ambos, têm os seus desafios e em muitas situações, complementam-se…
Reconheço que pode parecer um bocado cristão falar na remoção de mágoas, talvez… mas se, removê-las, passar por limpar penalizações a 30.000 professores que, corajosamente, levaram a luta até bem longe, fico freguês do tira-nódoas…
Mas, meu Caro Amigo Santana Castilho, o que eu estranho mesmo é que não tenha sido acutilante, tão acutilante para o PSD como esse partido merecia, numa ocasião em que decidiu dar a mão a quem tanto castigou os professores com insultos e medidas desvalorizadoras da sua profissão; um partido que, poucos dias depois, negou os compromissos que assumira em sessão em que ambos estivemos, tendo o meu Amigo sido convidado de honra, logo, estar mais legitimado do que ninguém para lhes dar forte e feio; um partido que, pouco depois de ter sido acordado um calendário negocial para a revisão do ECD, veio falar de um prazo de trinta dias que o pode pôr em causa; um PSD que, simplesmente, deixou de falar de suspensão da avaliação, seja do primeiro ou do segundo ciclo…
Eu acho que compreendo a sua aparente compaixão para com aquele partido… apesar de acutilante como é (e implacável também, vá lá, não seja modesto…), não é mau e, como tal, não quis pisar quem acabou de se espalhar… afinal, cristãos somos todos…
Digo-lhe sinceramente, meu Caro Amigo, não me aborreci com o que escreveu e me dirigiu no seu espaço, mas fiquei desiludido. E sabe porquê?! Porque me fez lembrar o PSD – não por dar a mão ao PS, sei que seria incapaz – mas por segurar no braço do PSD, ou melhor, no do Pedro Duarte que, coitado, pateticamente arrependido (como carinhosamente refere) ficou sem saber o que dizer! O meu Amigo relevou-lhe o silêncio… compreendo…
Enfim, estava para aqui a pensar, o que parece estar mesmo a faltar-nos é o tal jantar na tasquinha que conhece… para continuarmos a falar de recordações, também, mas, sobretudo, de futuro!
Mário Nogueira
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