domingo, 3 de junho de 2012

Eleições no SPGL - da complexidade do processo à escassa participação dos sócios

Ainda não é possível proceder a uma análise de resultados, porque falta apurar mais de metade dos que foram expressos pelos sócios. No entanto é possível começar uma reflexão que se impõe, no que diz respeito à complexidade de todo o processo eleitoral e à abstenção verificada.

Quanto à complexidade do processo é preciso distinguir dois aspectos:

  1. a emissão de credenciais que substituíram os cadernos eleitorais por mesa;
  2. a opção de valorizar o voto por correspondência em relação ao voto presencial em urna.

Sobre as credenciais importa atender à intenção que presidiu a esta opção e às consequências que ela teve:
Assim, de acordo com a direcção, a emissão de credenciais pretendia resolver as discrepâncias que se verificavam nos cadernos eleitorais organizados por escola, uma vez que muitos professores não fazem a actualização dos seus dados e estão associados a escolas, zonas e regiões diferentes daquelas em que efectivamente leccionam neste ano lectivo.
Infelizmente, a opção pela credencial acabou por se revelar causadora de mais problemas do que facilitadora da participação dos sócios.
Na verdade verificou-se que, no voto presencial, a obrigatoriedade de apresentar a credencial, associada à ausência de um caderno eleitoral que os membros das mesas pudessem consultar, determinou a existência de 2271 votos condicionais de sócios que preferiram votar numa mesa, no dia das eleições. Esse número corresponde a 65,4% de votos condicionais em urna o que, convenhamos, não abona muito a favor do processo e de quem o concebeu.

Já no que diz respeito ao voto por correspondência, a constatação de que 360 dos 1283 votos recebidos não chegaram acompanhados pela credencial, ou qualquer documento que permita identificar o votante, levou à anulação de 28,05% desses votos. Mais uma vez as boas intenções tiveram um péssimo resultado.

Sendo, sem dúvida, necessário voltar a este tema com mais atenção e tempo de reflexão, podemos dizer que falhou clamorosamente a intenção de facilitar a participação dos sócios nas grandes decisões da vida do SPGL, através da aposta no voto por correspondência e da credenciação dos eleitores através de um documento emitido pelo sindicato, apenas para o acto eleitoral.
Ainda por cima quando os sócios que quiseram expressar o seu voto o fizeram maioritariamente em urna, num proporção avassaladora: 3472 (73,01%) contra 1283 (26,98%).

Uma nota final para a baixíssima participação dos eleitores - 4755 (30,22%) dos 15734 inscritos. São números, que a par da anomia em que se afundam os professores e as escolas, obrigam todos quantos se preocupam com a vida sindical a um questionamento sobre o fenómeno. Com a humildade de reconhecer que parte significativa desse alheamento pela vida do SPGL é responsabilidade de quem o dirige há décadas, e de nada adianta culpar apenas os professores por não quererem participar nas iniciativas e actividades do sindicato.

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