quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A NOVA MINISTRA

COSMÉTICA, SORRISOS E DELICADEZA
NÃO RESOLVEM PROBLEMAS DA ESCOLA PÚBLICA
Quando o primeiro ministro José Sócrates, na sequência da derrota nas eleições europeias, declarou que talvez os professores não tivessem sido tratados com suficiente delicadeza, já se prenunciava que a solução encontrada para a pasta da Educação seria idêntica à que foi experimentada na Saúde (mudar a imagem da ministra, mantendo as políticas).
E quando Isabel Alçada foi escolhida para apresentar o programa do PS para a Educação, confirmou-se que era essa a opção de Sócrates para tentar prosseguir a nefasta política educativa que tantos estragos provocou na Escola Pública nos últimos quatro anos.
A nova ministra está a ser apresentada e promovida como uma simpática ex-professora do 2º ciclo, co-autora dos livros da popular série infanto-juvenil "Uma Aventura..." e que até foi delegada sindical nos anos 80 (recorda-se agora).
Para além da simpatia pessoal que Isabel Alçada possa ter (tendo como comparação a anterior ministra, não é difícil) e do "estado de graça" ou "benefício da dúvida" que alguns se apressam conceder-lhe, o que realmente importa e vai contar para os professores é que haja de imediato um inequívoco sinal de mudança, suspendendo o modelo de avaliação de desempenho e dando início à revisão negociada do estatuto de Carreira Docente.

Os professores e educadores sabem, por experiência própria, que os melhores resultados dos processos negociais se conseguem quando são acompanhados pela sua participação, debate e luta.
O momento não é de passividade, nem de expectativa, é de exigência e prosseguimento da luta.

3 comentários:

Unknown disse...

A nova ministra não foi apenas delegada sindical. Pertenceu à direcção do SPGL, ao mesmo tempo que estava no conselho directivo da Esc. Prep. Fernando Pessoa. Já não é sindicalizada no SPGL. O que não se sabe é se ainda mantém contactos com alguns dos dirigentes do SPGL desse tempo.

Joaquim Ribeiro disse...

Curiosa esta ligação dos ministros ao mundo sindical. E nada casual. O min. da Adm. Interna Rui Pereira também foi advogado do SPGL. Na Dir. Geral Educação está outro ex-dirigente.
A ministra do Trabalho vem da UGT e da CES, a organização reformista a que o SPGL quer aderir.

Unknown disse...

Também Jorge Pedreira foi dirigente sindical.
E Valter Lemos fez o mestrado em Boston, tal como Isabel Alçada.
A propósito, quem vão ser os secretários de Estado?
Os mesmos, ou mais do mesmo?