A alteração do modelo de avaliação dos professores por parte do Governo não vai acontecer. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, anunciou esta quinta-feira que o modelo simplificado continuará a ser aplicado este ano lectivo.
Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof mostrou-se chocado com o anúncio e afirma que ainda vai «ponderar» se valerá a pena ir à reunião na próxima segunda-feira, onde começarão a ser discutidas as propostas de alteração que os sindicatos «acharem ser necessárias».
«O Governo entende que a solução mais adequada é, neste momento, prorrogar a vigência do actual modelo transitório, sem qualquer modificação precipitada, até que estejam reunidas as condições técnicas necessárias para a introdução das alterações que se revelem mais adequadas», afirmou Maria de Lurdes Rodrigues.
«Não fechamos a porta às propostas que os sindicatos possam apresentar [segunda-feira] de alteração ao regime simplificado», acrescentou Jorge Pedreira, secretário de Estado Adjunto e da Educação.
Por seu lado, e citando o recente relatório da OCDE sobre a avaliação dos docentes, os sindicatos insistem que este modelo deve ser substituído.
«A senhora ministra é mal-educada
Após duas horas de reunião, os sindicatos mostraram-se revoltados com a falta de apresentação de proposta de alteração ao modelo de avaliação por parte do ministério. No entanto, as propostas chegaram aos sindicatos, por email, depois da reunião ter acabado.
«Penso que é de assinalar a falta de educação do ministério e da senhora ministra, e é mal-educada porque pura e simplesmente não pode acontecer o que hoje aconteceu, em que os dirigentes sindicais estão na reunião, é-lhes dito ao longo da reunião que vai ser entregue a proposta de avaliação do desempenho para o próximo ano. A reunião termina e a ministra recusa-se a entregar e diz que enviam por email e depois dos dirigentes chegarem cá baixo é enviado por email para as sedes», afirmou Mário Nogueira, acrescentando que «isto não é maneira de relacionamento com ninguém».
«É uma falta de educação e nós não podemos deixar de assinalar porque esta a falar de um ministério da Educação», reiterou Mário Nogueira.
Proposta cabe numa folha A5
A proposta que o Ministério da Educação enviou aos sindicatos define apenas a prorrogação do regime simplificado e estipula o dia 30 de Outubro como a data limite para os directores definirem o calendário da avaliação de desempenho.
Durante a conferencia de impressa, a ministra sublinhou ainda algumas sugestões dão relatório da OCDE que considera importantes para a melhoria do sistema de avaliação, como o desenvolvimento de um programa de formação para professores avaliadores, o reforço da avaliação para efeitos de desenvolvimento profissional e da articulação entre avaliação de desempenho individual e avaliação externa das escolas.
No programa de avaliação que irá continuar em vigor, a observação de aulas era facultativa, excepto para os professores que quisessem aceder às classificações mais elevadas: «Muito Bom» e «Excelente», mas para a ministra «o desejável era que a observação de aulas fosse generalizada a todos os professores».
«Vamos aguardar as propostas dos sindicatos», afirmou Maria de Lurdes Rodrigues.
No entanto, Mário Nogueira considera não saber «sinceramente o que é possível negocciar numa coisa destas».
«Para quem em Dezembro dizia que os sindicatos tinham uma proposta que cabia numa folha A4, sinceramente, a proposta do ministério cabe em metade de um A4», referiu Mário Nogueira, acrescentando que as propostas enviadas referem que «se mantém o modelo simplificado (¿), que os calendários da avaliação passam a ser definidos, os do próximo ciclo, até dia 30 de Outubro, e que entra em vigor a 1 de Setembro».
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/educacao-professores-avaliacao-ministra-fenprof-tvi24/1076183-4071.html
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