Onde e quando é que já ouvimos declarações deste tipo?
Declarações de Valter Lemos sobre direito de participação democrática de dirigentes sindicais revela falta de estatura e cultura democráticas
O Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, afirmou em Faro (6/05/2009), que a FENPROF marcou uma manifestação para dia 30 de Maio por ter dirigentes que se candidatam nas listas da CDU ao Parlamento Europeu, pelo que aproveitariam a acção para campanha eleitoral.
Sobre essas afirmações, à FENPROF cumpre afirmar:
1. A integração de listas, seja para que eleições for, é uma decisão que compete a cada cidadão ou cidadã, havendo nos quadros dirigentes da FENPROF e seus Sindicatos muitos professores que se candidataram e/ou foram eleitos, por diversas forças políticas, para os mais variados órgãos, quer de nível municipal, quer nacional ou, mesmo, europeu;
2. A Manifestação Nacional prevista para dia 30 de Maio foi convocada pela Plataforma Sindical dos Professores, que reúne 11 organizações sindicais, e não pela FENPROF;
3. Esta Manifestação esteve, inicialmente, prevista para dia 16 de Maio, tendo sido adiada por, nesse dia, se realizar uma iniciativa promovida pela Igreja Católica que deverá concentrar em Lisboa mais de 150.000 pessoas;
4. No dia 23 de Maio, sábado seguinte, realiza-se em Lisboa uma marcha promovida pelo PCP, tendo, por essa razão e evitando, assim, interpretações especulativas, sido decidido não realizar nesse dia a Manifestação de Professores;
5. Para não ser a um sábado, a Manifestação teria de se realizar em dia de semana, ou seja, com a convocação de greve, não tendo sido essa a opção tomada neste terceiro período lectivo, sobretudo pelas consequências que dela adviriam;
6. Assim sendo, restou o sábado dia 30, tendo-se evitado, como alguns professores propuseram nas reuniões realizadas, que se realizasse em 6 de Junho, véspera das eleições europeias;
7. As declarações do Secretário de Estado só não surpreendem por virem de quem vêm, ou seja, de quem já revelou, por várias vezes ao longo da Legislatura, ter dificuldade em lidar com as regras da democracia, não apresentado nem estatura, nem cultura para integrar este ou qualquer outro Governo que resulte da vivência democrática do tempo actual. Espera-se que o referido secretário de Estado não tenha elaborado a lista de cinco (5) comunistas, que contabilizou, para, sobre eles, entre outros militantes de partidos de oposição, exercer represálias, como o seu ministério tem feito em relação aos sindicalistas, incluindo os do seu próprio partido político;
8. Para a FENPROF, esta Manifestação será um importante momento para os professores e educadores, unidos em torno da sua Plataforma Sindical, voltarem à rua e condenarem a política educativa e os políticos do actual governo que tanto desconsideraram, atacaram e insultaram os docentes, mas, mais do que isso, para deixarem já um sinal claro, ao próximo Governo, de que é necessário alterar profundamente o rumo dessas políticas.
O Secretariado Nacional da FENPROF
7/05/2009
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