domingo, 19 de dezembro de 2010

Justificar o injusticável


Os Professores Unidos dão boa nota de que a direcção do SPGL continua, vários dias depois de o assunto ser tornado público e algumas semanas depois de ter tido dele conhecimento, sem esclarecer os sócios do sindicato sobre o que pensa, enquanto órgão dirigente legitimamente eleito, sobre o “affaire” João Paulo Videira.
Para os Professores Unidos é esclarecedor que, não tendo a comissão executiva tornado pública qualquer decisão, surja na página da Internet do SPGL um
"artigo de opinião" em que outro membro da tendência socialista compara a posição de João Paulo Videira (coordenador da Dir. Reg. Santarém) com a dos professores que, não sendo dirigentes nem activistas sindicais, resolveram pactuar com um regime de gestão que também consideramos destruidor da democracia na escola pública.
Sendo certo que o dirigente José António Faria Pinto (coordenador da Dir. Reg. Oeste) diga que a opinião publicada só o responsabiliza a ele, isso esclarece-nos sobre as contradições e o nível de coesão interna de uma direcção constituída na base de um aglomerado de interesses, que tem como única argamassa o objectivo de impedir que o sindicalismo de classe volte a ter expressão no sindicato de professores com maior número de associados.
A alusão feita por Faria Pinto à hipótese de a direcção do sindicato ser eleita com base no método de Hondt esclarece bem o entendimento que alguns sindicalistas, em especial os conotados com a tendência socialista, têm da governação de um sindicato. De resto, afirmar que o papel dos sindicatos é o de fazer a conciliação dos interesses contraditórios entre o trabalho e o capital revela tudo sobre a qualidade da formação político-sindical deste dirigente.
Se algum mérito teve a atitude de João Paulo Videira foi o de permitir uma maior evidência das contradições existentes no seio do aglomerado de interesses que se reúnem à volta da actual direcção do SPGL, ao mesmo tempo que torna claros os objectivos que a corrente socialista persegue, de esvaziar a luta e manter os professores afastados do sindicato e anestesiados em relação ao governo.

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