quarta-feira, 24 de junho de 2009

FENPROF FOI AO PARLAMENTO DAR NOTA NEGATIVA AO GOVERNO

Despacho da Lusa:
23.06.2009 - 21h15 Lusa
Não só não se melhorou. Como foram dados passos atrás. A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) não poupou nas palavras e fez hoje na Comissão de Educação do Parlamento uma avaliação "extremamente negativa" das políticas educativas dos últimos quatro anos.

Numa audição para apresentar aos deputados o "Livro Negro das Políticas Educativas do XVII Governo Constitucional 2005-2009", Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, afirmou que os sindicatos até concordavam com alguns dos diagnósticos realizados pela tutela, mas que as "soluções adoptadas ficaram aquém ou contrariam esses diagnósticos".

"Deram-se passos atrás no que diz respeito às questões da Educação", afirmou Nogueira. E disse que "os ataques, as injúrias e o desrespeito" do Governo em relação aos professores provocou as "três maiores manifestações de sempre e as duas maiores greves".

O dirigente sindical deixou ainda um recado ao grupo parlamentar socialista, por este nunca ter respondido aos pedidos de audiência solicitados ao longo da legislatura, nem mesmo "nos períodos de maior tensão". Na resposta, o parlamentar socialista Bravo Nico afirmou que o partido aguardava com alguma expectativa a avaliação da Fenprof, mas acabou por constatar que aquele livro "não é um contributo positivo".

"Não é um exercício de avaliação objectivo e imparcial, mas sim uma acusação. Não poderá ser encarado como um contributo sério", afirmou o deputado, enumerando depois algumas das medidas levadas a cabo pela ministra da Educação, como a escola a tempo inteiro, o programa Novas Oportunidades ou a acção social escolar.

O deputado desafiou ainda a Fenprof a deixar de ameaçar radicalizar a sua luta e contribuir para a construção dos sistema educativo.

Reivindicações serão apresentadas a 1 de Setembro

"Transtorna-me que para o PS a crítica não seja um contributo válido", afirmou o comunista Miguel Tiago, acusando o Governo de desfigurar a Lei de Bases do Sistema Educativo através de documentos menores.

Ana Drago, do Bloco de Esquerda, concordou com a avaliação que a Fenprof fez dos últimos quatro anos de políticas educativas. E acrescentou: "A escola pública está mais fragilizada."

"Lamentamos que o PS não tire dividendos da diversidade de opinião", considerou o social-democrata Fernando Antunes, afirmando que os erros políticos do Governo em matéria de Educação "foram muito grandes".

Também a deputada não inscrita Luísa Mesquita criticou a intervenção de Bravo Nico. E lembrou que antes de apresentar propostas é necessário parar para reflectir. "O discurso do PS é triste e lamentável", afirmou.

Mário Nogueira anunciou ainda que será apresentado a 1 de Setembro um livro de propostas da Fenprof para a Educação - uma espécie de carta reivindicativa dos professores.

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